cálido tato
como rugas de nuvem
que engolem
em suas dobraduras
ardor
suo calado
8.12.05
25.11.05
14.7.05
5.7.05
20.6.05
chamas
a luz está acesa. sentado na cama, pés no chão, tira o sapato e agora começa a roçar a meia contra o carpete, num vai e vem mecânico. sentada a seu lado, com uma roupa leve de algodão, ela ajeita umas revistas largadas na cômoda. ele contempla o rosa de sua pele. o olho percorre o ombro e desliza por dentro da blusa.
é a primeira vez que entra em seu quarto. não revela que se assusta com pôsteres de banda colados na parede à sua frente. coisa de menina, adolescente. isso coça mais ainda seus pensamentos.
ela conversa coisas que em sua cabeça não fazem o menor sentido. aquela luz acesa, forte sobre sua cabeça apenas lhe salva de não ficar aparentemente roxo diante dela. pensa atos que nunca teria coragem de concretizá-los... ao contrário dela.
observa a mão dela se mover em direção à sua perna. músculos tensionados. não consegue expirar. a mão exala calor de longe. sente queimar suas bochechas, assar suas coxas.
fica imóvel diante do movimento circular de seu dedo sobre a braguilha do jeans. solta a respiração e de repente começa a arfar. como um touro que percorreu toda a mata atrás de sua fêmea no cio. a mão dela, por dentro de sua calça, parece um útero, aconchegante, de onde nada se pode sair, nem um suspiro de calor.
algo explode, de súbito, e ele umedece sua mão, grande, larga, por entre as pernas dela. quase rasga-lhe o short ao deitar aquele corpo rosa e torneado. ele abre suas pernas vagarosamente e ela é dominada pelo calor de sua língua.
por minutos, esquece que a luz está acesa e a porta, entreaberta. o cheiro dela lhe contém e eles não se desvencilham de mãos e línguas e calor e ardor.
o celular dele toca. ele não quer, não vai atender. mas de repente acorda, exasperado... era o despertador lhe avisando que já são oito horas da manhã.
a luz está acesa. sentado na cama, pés no chão, tira o sapato e agora começa a roçar a meia contra o carpete, num vai e vem mecânico. sentada a seu lado, com uma roupa leve de algodão, ela ajeita umas revistas largadas na cômoda. ele contempla o rosa de sua pele. o olho percorre o ombro e desliza por dentro da blusa.
é a primeira vez que entra em seu quarto. não revela que se assusta com pôsteres de banda colados na parede à sua frente. coisa de menina, adolescente. isso coça mais ainda seus pensamentos.
ela conversa coisas que em sua cabeça não fazem o menor sentido. aquela luz acesa, forte sobre sua cabeça apenas lhe salva de não ficar aparentemente roxo diante dela. pensa atos que nunca teria coragem de concretizá-los... ao contrário dela.
observa a mão dela se mover em direção à sua perna. músculos tensionados. não consegue expirar. a mão exala calor de longe. sente queimar suas bochechas, assar suas coxas.
fica imóvel diante do movimento circular de seu dedo sobre a braguilha do jeans. solta a respiração e de repente começa a arfar. como um touro que percorreu toda a mata atrás de sua fêmea no cio. a mão dela, por dentro de sua calça, parece um útero, aconchegante, de onde nada se pode sair, nem um suspiro de calor.
algo explode, de súbito, e ele umedece sua mão, grande, larga, por entre as pernas dela. quase rasga-lhe o short ao deitar aquele corpo rosa e torneado. ele abre suas pernas vagarosamente e ela é dominada pelo calor de sua língua.
por minutos, esquece que a luz está acesa e a porta, entreaberta. o cheiro dela lhe contém e eles não se desvencilham de mãos e línguas e calor e ardor.
o celular dele toca. ele não quer, não vai atender. mas de repente acorda, exasperado... era o despertador lhe avisando que já são oito horas da manhã.
25.5.05
3.5.05
suporte, suporto, su porta
formiga
suporta
pedra, folha, fardo
mas não porta
peso nem ileso
sem abrir, medo
míope e fraca
não enxerga cinza
fumaça de mal-estar
fogo intenso
a cidade queima
é tarde...
talvez
leveza à distância
mas tinta acabará
porque a luz dorme
e a contaminação perdura
solvência no infinito
nasce por explosão
mais uma estrela
formiga
suporta
pedra, folha, fardo
mas não porta
peso nem ileso
sem abrir, medo
míope e fraca
não enxerga cinza
fumaça de mal-estar
fogo intenso
a cidade queima
é tarde...
talvez
leveza à distância
mas tinta acabará
porque a luz dorme
e a contaminação perdura
solvência no infinito
nasce por explosão
mais uma estrela
2.5.05
Família
Música triste para sentir saudade
Sentir calor de cobertas
Ajeitadas por mão que aperta
Como em roda de ciranda
Proteção
Útero
Dedilha-se saudade
Mãos atadas, mentes conectadas
Choro quando sentes dor
Sorrio quando o vento
Aquele...
Pousa no meu rosto
Se há riso sem motivo,
Não negue
Felicidade breve
Amor eterno
Boa noite
Música triste para sentir saudade
Sentir calor de cobertas
Ajeitadas por mão que aperta
Como em roda de ciranda
Proteção
Útero
Dedilha-se saudade
Mãos atadas, mentes conectadas
Choro quando sentes dor
Sorrio quando o vento
Aquele...
Pousa no meu rosto
Se há riso sem motivo,
Não negue
Felicidade breve
Amor eterno
Boa noite
28.4.05
_uma homenagem a Antonio Gramsci
[não está na íntegra]
"A indiferença é o peso morto da história
É a bola de chumbo para o inovador
É a matéria inerte na qual freqüentemente se afogam
os entusiasmos mais esplendorosos
[...] Os fatos amadureceram na sombra
porque mãos, sem qualquer controle a vigiá-las,
tecem a teia da vida coletiva,
e a massa não sabe porque não se preocupa com isso
[...] Por isso, odeio os indiferentes"
[não está na íntegra]
"A indiferença é o peso morto da história
É a bola de chumbo para o inovador
É a matéria inerte na qual freqüentemente se afogam
os entusiasmos mais esplendorosos
[...] Os fatos amadureceram na sombra
porque mãos, sem qualquer controle a vigiá-las,
tecem a teia da vida coletiva,
e a massa não sabe porque não se preocupa com isso
[...] Por isso, odeio os indiferentes"
19.4.05
30.1.05
27.1.05
maio.2004
...
glamourosas baforadas
consequente embriaguez
mais dez minutos please
evoé baco...
curitiba... e um pouco quase muito de loucura
frio que aflige as espinhas
Tomie Ohtake para disfarçar
nada que corroa tanto quanto saudades
não de casa
pero de afago em sonhos distantes
quem sabe quando a realidade
retorno de lugar querido
não cidade
colo...
...
glamourosas baforadas
consequente embriaguez
mais dez minutos please
evoé baco...
curitiba... e um pouco quase muito de loucura
frio que aflige as espinhas
Tomie Ohtake para disfarçar
nada que corroa tanto quanto saudades
não de casa
pero de afago em sonhos distantes
quem sabe quando a realidade
retorno de lugar querido
não cidade
colo...
maio.2004
[cutucos]
trôpegos soluços
talvez as penas façam a cabeça afundar
remete-se ao quente da lanterna
e se há algo a ser iluminado
cabeça
pés ao quadrado... de calos
e quem sabe uma xícara bem quente
para ajudar essa pilha que acabou de acabar
só queria duas mãos
amarrar o cadarço
para não tropeçar
e se é frio agora
verão longe, mas está lá
quem sabe uma pedra de gelo
cubos para pensar
negativos para descer mais rápido
ela não acredita em espíritos mas se aquece toda noite com beijos de alguém-alma...
[cutucos]
trôpegos soluços
talvez as penas façam a cabeça afundar
remete-se ao quente da lanterna
e se há algo a ser iluminado
cabeça
pés ao quadrado... de calos
e quem sabe uma xícara bem quente
para ajudar essa pilha que acabou de acabar
só queria duas mãos
amarrar o cadarço
para não tropeçar
e se é frio agora
verão longe, mas está lá
quem sabe uma pedra de gelo
cubos para pensar
negativos para descer mais rápido
ela não acredita em espíritos mas se aquece toda noite com beijos de alguém-alma...
20.1.05
Um pouco de Pessoa para adoçar a eternidade
O mais é nada
Sonhe com as estrelas,
apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar,
sabe-se lá aonde.
As lágrimas?
Não as seque,
elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse, você deve segurar,
não o deixe ir embora,
agarre-o!
Persiga um sonho,
mas não o deixe viver sozinho.
Alimente a sua alma com amor,
cure as suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.
Abasteça seu coração de fé,
não a perca nunca.
Alargue seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Circunda-se de rosas,
ama,
bebe
e cala.
O mais é nada
Fernando Pessoa
O mais é nada
Sonhe com as estrelas,
apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar,
sabe-se lá aonde.
As lágrimas?
Não as seque,
elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse, você deve segurar,
não o deixe ir embora,
agarre-o!
Persiga um sonho,
mas não o deixe viver sozinho.
Alimente a sua alma com amor,
cure as suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas não enlouqueça por elas.
Abasteça seu coração de fé,
não a perca nunca.
Alargue seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Circunda-se de rosas,
ama,
bebe
e cala.
O mais é nada
Fernando Pessoa
14.1.05
13.1.05
3.1.05
1.1.05
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